Wednesday, September 16, 2009

Capítulo 49

Gers, com o tom calmo de voz grunhido, mandou Jacó Simão se calar. Ele havia invadido um lugar proibido a ele e todo o seu povo e, portanto, havia sido transformado em um habitante da civilação que ali habitava. Como estrangeiro, foi considerado priosioneiro, e ali, os priosioneiros serviam para diversas funções. O efeito da transmutação em Jacó Simão o transformou em um ser grandalhão e truculento, nem diferente do homem pacato que vivia na Cidadela e só perdera a compostura uma vez na vida, exatamente no assassinato de sua esposa Ludvigne. Era então algo em seu interior e como as transformações não eram contraladas, tomou forma de que viva em seu interior. Um indivíduo rancoroso e com ânsia de deixar tudo para trás, porém, ao mesmo tempo, muito frágil para radicalizar tão vorazmente seu estilo de vida. Deu-se que ele brutalmente matou a mulher, sem dó, quanto mais piedade. Jacó ouvia Gers e sentia-se de certo modo meio estúpido, não compreendia muito bem o que estava acontecendo. Gers, ciente de que seu novo escravo estava já em regressão intelectual, acelerou as últimas explicações. Jacó Simão, você é um brutamontes e sua vida agora depende de carregar fardos materiais. Somente os desta espécie. E você vai cumprir isto matando, decepando e dizimando quem eu quiser. Pois sou seu dono, amo e - o melhor de tudo - não paguei nada. Encontrei um moribundo no meio do nada e estou no lucro. Você, Jacó Simão, era um pobre coitado e o sofrimento só vai aumentar. Mas não tema, jovem lacaio, com suas faculdades mentais debilitadas, sua dor será interna, incapaz de externar-se em atos de fúrias, pois sua fúria será domada por mim. E por mim, Jacó Simão, você será domesticado. Como um porco selvagem.

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