Monday, March 03, 2008

Capítulo 42

Jacó Simão despertou atado a uma árvore. Seus pulsos estavam fortemente amarrados, assim como seus tornozelos. Ele estava vendado e com algum pedaço de pano enfiado na boca. Estranhamente, as dores haviam cessado; excetuando, evidentemente, os trechos onde a corda apertava mais incisivamente. O gosto do pedaço de tecido que só lhe permitia grunhir também não agradava – era sujo, exala odor cáustico e Jacó estava próximo de vomitar. Se vomitasse, acabaria sufocado. Não ouvia nada em seu entorno. Nem uma cigarra sequer. Após algumas horas perdidas tentando se desvencilhar das amarras, se resignou; o esforço só fazia a corda lhe comer ainda mais a pele. Tratou, portanto, de entender o que fazia ali, como havia se curado – ou quem o havia curado -, e principalmente, de que forma terminaria aquela situação. Mas, em sua cabeça, havia uma certeza: estava próximo de conhecer aqueles que viviam fora da Cidadela e que obrigavam seus habitantes a não ultrapassar o perímetro dela.