Wednesday, September 09, 2009

Capítulo 43

Não resistiu ao cansaço e adormeceu, refestelado ao tronco da árvore. Ao menos não estava em pé, mas sofrera durante tempo infindável, sentado sobre raízes volumosas. Estranhamente, sequer formigas por ali passeavam e o silêncio era dominante. Dormindo profundamente, Jacó Simão não conheceu seus sequestradores - se é que poderiam ser chamados de forma tão pejorativa - neste primeiro encontro. Estiveram lá durante a madrugada e retiraram o pano da boca do debilitado homem. Quando acordou, ele se deparou com cenário semelhante ao que se encontrara antes de adormecer. Entretanto, eram locais distintos, estava certo disto. Ou ao menos achava que sim e haviam removido seu corpo quase moribundo dali. Estavam jogando com ele, pensou em voz alta, e se assustou com o som gutural que emitiu. Sentiu estar mais forte e mais uma vez testou a resistência das cordas. Passou o dia todo se debatendo, urrando e maldizendo a todos - gritava a plenos pulmões e o fazia à toa. Passou desta forma por quase uma semana e não sabia como não morrera de fome e sede ainda. Por um breve momento, trocou os berros e se convenceu de que agora já era um fantasma e vivia em um mundo imaginário, espiritual. E o medo lhe rompeu as entranhas com tal suposição.

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