Tuesday, September 15, 2009

Capítulo 46

O ser grotesco começou a conversar com ele, perguntava como se sentia e as dores haviam acabado de vez. Jacó Simão ouvia e queria era matar seu interlocutor. Bufou uma, duas, três vezes e partiu para cima para tentar esmurrar o franzino e estranho animal. Para ele, Jacó Simão, tratava-se de um animal. Com um golpe certeiro de cajado, o ser derrubou o homem transmutado e num leve tom de voz murmurou para que se acalmasse, as explicações viriam no momento adequado e o uso da força não fazia qualquer sentido, já que sua missão ali era tomar conta daquele homem perdido. E era exatamente isso o que estava acontecendo. Vagando, sem ter a menor noção de onde estava estava, Jacó Simão necessita aceitar sua atual realidade. Não era mais um habitante da Cidadela, havia se transformado em um ser estranho e ainda por cima emitia sons estranhos - que compreendia com raiva. Ao menos, enquanto estatelado no chão com a ponta do cajado sobre as costas, ele refletiu e concluiu o óbvio. Pela primeira vez em muito tempo, estava adequado a um padrão e não estava sozinho. A fúria deu, por breve espaço de tempo, lugar a um sentimento de conforto. Suspirou, sentiu o peito arder e pediu, gentilmente como uma criança quando quer um brinquedo, que pudesse se pôr de pé mais uma vez. Foi atendimento de imediato por Gers.

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